O património presente no Alentejo Litoral é bastante vasto e diversificado. Através dos cinco Concelhos podemos percorrer várias Eras e ver vestígios de civilizações bastante remotas. O património edificado, remonta a épocas tão distantes como 2500 A.C. até aos dias de hoje, passando por fases tão marcantes como a ocupação muçulmana e a ocupação romana.
Podemos também observar construções de diversos períodos diferentes como o medieval, barroco, manuelino ou neoclássico. Uma grande parte deste património é de cariz religioso: existem, espalhadas pelas diversas freguesias, inúmeras igrejas, capelas e ermidas. Também o património civil marca a sua presença com vários edifícios e monumentos. São diversos os vestígios arqueológicos, principalmente da época romana, que podem ser visitados nos cinco Concelhos.
A outra face do património do Alentejo Litoral, é tão ou mais rica que a mencionada anteriormente. Trata-se do património natural e ambiental que envolve toda esta região. Existe na região uma riqueza natural única, onde podemos encontrar diversos ecossistemas em áreas protegidas e reservas naturais. A delimitação desta zona pela serra e pelo mar, dá-lhe características muito especiais. Por um lado existe a presença da diversidade da fauna e flora, existente na serra, por outro lado existe uma costa vastíssima com uma grande extensão de areias brancas de uma beleza única. |
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Zambujeira do Mar
Capela de N.ª Senhora do Mar |
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PATRIMÓNIO CLASSIFICADO E ARQUEOLÓGICO |
Freguesia de Santa Clara-a-Velha
Ponte de Santa Clara
Construída no séc. XVIII é conhecida localmente como ponte romana por se situar perto de uma via romana que ligaria Beja ao Algarve e cujos vestígios perduram ainda.
Em meados do séc. XX uma intervenção provocou uma derrocada parcial desta ponte. Em 1996 foi aberto o processo de instrução de classificação desta ponte pelo IPPAR. Foi intervencionada em 2005 através do Programa de Recuperação de Pontes Históricas do Alentejo, com o apoio do POC (Programa Operacional de Cultura), tendo sido alvo de obras de consolidação.
Freguesia de S. Martinho das Amoreiras
Necrópole do Pardieiro
É uma necrópole da Idade do Ferro que se localiza junto da estrada que liga S. Martinho das Amoreiras a Corte Malhão.
O achado ocorreu em 1971 tendo sido as escavações arqueológicas dirigidas pelos Dr. Caetano de Mello Beirão e Virgílio Hipólito Correia. As estruturas descobertas são constituídas por onze monumentos funerários de planta sub-rectangular, todos justapostos. Estes monumentos funerários, em pedra seca cobriam as sepulturas constituídas por fossas escavadas nos xistos da base, cobertas com grandes lajes, por vezes aparelhadas e decoradas. A identificação deste sítio arqueológico foi realizada na sequência do achado de uma estela epigrafada com a escrita da primeira Idade do Ferro do Sudoeste Peninsular que pode ser vista no Museu da Escrita do Sudoeste em Almodôvar
Freguesias de S. Salvador e Santa Maria (Odemira)
Cerro do Castelo/Cerro do Peguinho
Assinala-se a existência de um pequeno troço das muralhas do antigo castelo de Odemira (Idade do Ferro).
Igreja da Misericórdia
A sua construção data da segunda metade do séc. XVI, na segunda metade do séc. XX foi profanada tendo tido diversas funções civis desde então.
Trata-se de um edifício de arquitectura religiosa maneirista, de especial apuro na concepção como denota a relação existente entre as formas rectangular e oval, de carácter claramente erudito e pouco comum na região.
Freguesia de Vila Nova de Milfontes
Forte de S. Clemente
O Forte de S. Clemente, vulgarmente denominado “Castelo” pela população local, é uma construção terminada no início do séc. XVII (1602), edificada no contexto da luta contra a pirataria marítima.
Este forte foi o ponto mais importante do sistema de defesa então existente e que servia não só para a defesa da Vila de Milfontes, como também para defender o comércio marítimo que se fazia a partir de Odemira, utilizando a saída pela barra de Milfontes.
Tendo sido edificado sobre uma ponta rochosa na margem direita do rio Mira, vigiou a barra durante séculos. Foi à sombra dos seus muros protectores que cresceu a Vila de Milfontes que o rodeia por Norte e Nascente. A sua actividade militar durou até meados do séc. XIX. Actualmente o forte tem algumas alterações à traça original que foram realizadas, na sua maior parte em 1939, aquando das obras de restauro levadas a cabo pelos actuais proprietários.
O Forte já funcionou como Turismo de Habitação mas actualmente é residência particular. Foi classificado imóvel de interesse público pelo Decreto n.º 95/78, de 12 de Setembro. |
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PATRIMÓNIO RELIGIOSO |
Freguesia de Colos
Igreja de Nossa Senhora da Assunção
É a Igreja Matriz e sem dúvida o edifício religioso mais importante de Colos.
Foi reconstruída em princípios do séc. XVI, substituindo um templo medieval existente anteriormente no local. De uma só nave, com cabeceira de capela única, de tipo comum nas pequenas paróquias alentejanas, este templo estava em estado de conclusão em 1518 pela mão de Cristóvão Correia, nobre do Conselho do Rei D. Manuel e vedor da Fazenda do Mestrado de Santiago, foi pois a Ordem de Santiago que, tendo em atenção o novo estatuto municipal que a Vila teve nesse tempo, se incumbiu de aí construir, ou melhor, reconstruir este templo.
Tanto no exterior como no seu interior apresenta sinais de diversas intervenções efectuadas ao longo do tempo. O alpendre, bem como as mísulas de onde arrancam nervuras da abóbada, a pedra de fecho da abobada e as duas pias de água benta são de estilo manuelino. O frontão mistilíneo, a torre e o retábulo do Altar-mor em talha dourada, são do segundo quartel do séc. XVIII, sendo que este altar é de estilo barroco joanino, ainda com motivos do final do “estilo nacional”. Trata-se pois de um templo em que diversos estilos se conjugam valorizando a arquitectura e o mobiliário existentes. De destacar ainda a imagem da Virgem com o Menino em pedra pintada, de estilo Gótico, que remonta ao séc. XV e que é de uma beleza tocante.
Igreja da Misericórdia
Hoje chamada Igreja de Santa Isabel é um templo de torre quadrangular com três sineiras. Data da segunda metade do séc. XVI. A torre, bastante mais recente, será já do séc. XVIII ou mesmo do séc. XIX. O interior apresenta o tecto todo abobadado, da segunda metade do séc. XVI. O Altar-mor é já da segunda metade do séc. XVIII, estilo rococó.
Ermida de Nossa Senhora do Carmo
É uma das três ermidas da área rural envolvente da Vila de Colos. Será provavelmente a mais antiga. O seu nome primitivo era Nossa Senhora da Afincerna, nome da actual herdade onde está situada e pelo qual é ainda hoje conhecida. Foi mandada erigir por Cristóvão Correia da Ordem de Santiago, tendo sido concluída em 1518.
O templo é constituído por três áreas distintas: de culto, de habitação e serviços e o alpendre tendo vivido nela quatro frades. Ainda na Segunda metade do séc. XVI recebeu obras conforme indica o retábulo maneirista do altar, tendo desaparecido as pinturas murais da decoração inicial.
Ermida de Nossa Senhora das Neves
Situada perto do lugar da ribeira do Seissal de Cima, no cume de um monte elevado do qual se tem uma magnífica vista. Trata-se de uma construção recente. Recente é também a invocação da Senhora das Neves que datará provavelmente de finais do séc. XVIII. A Senhora das Neves é o único santuário mariano da zona de Colos que congrega ainda o interesse da população, havendo a 5 de Agosto uma festa com procissão ladeira acima até à capela. O lugar onde se situa a ermida é no entanto bastante importante para as populações locais há bastante mais tempo, sendo que existem ainda vestígios bem visíveis de antigas muralhas defensivas do período islâmico.
Freguesia de Longueira/Almograve
Igreja do Almograve
Freguesia de Luzianes-Gare
Igreja de Santa Rita
Freguesia de Relíquias
Igreja de Nossa Senhora da Assunção
A sua construção data provavelmente do séc. XVI, sendo que o altar de talha dourada e policromada, bem como a fachada principal são já do séc. XVIII. A última intervenção de recuperação do edifício ocorreu em 1980. É um exemplar de arquitectura religiosa de tipologia manuelina, barroca, vernácula que pertenceu à Ordem de Santiago;
Freguesia de Santa Clara-a-Velha
Igreja de Santa Clara de Assis
A sua construção data da primeira metade do séc. XVI tendo sido colocado o altar lateral no séc. XVII e os altares de talha dourada e policromada no séc. XVIII.
É um edifício de arquitectura religiosa manuelina, barroca, vernácula cuja tipologia se enquadra na utilizada pela Ordem de Santiago de Espada à qual este edifício pertenceu.
Freguesia de S. Luís
Igreja de S. Luís
Freguesia de Sabóia
Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Assunção
Capela da Boeira
Freguesia de S. Martinho das Amoreiras
Igreja Paroquial de S. Martinho das Amoreiras
Trata-se de uma igreja da segunda metade do séc. XVIII. Grande templo de uma freguesia rural de inspiração barroca, rococó, neoclássica.
Foi construída sob os auspícios da Ordem de Santiago da Espada. Obedece a um esquema geral fortemente arreigado na tradição construtiva da região mas insere inovações plásticas e pormenores de sofisticação próprios da arquitectura do reinado de D. Maria I. São de destacar a majestade da frontaria, a riqueza dos retábulos da capela-mor e dos altares laterais, o grande painel de pinturas e ainda o arcaz e o lavabo existentes na sacristia. Fonte: Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais
Oratório do Largo Adelino Amaro da Costa
Arquitectura religiosa vernácula. É um pequeno Oratório de feição popular ligado ao surgimento do culto de S. Martinho de Tours na região das Amoreiras. Provável construção do séc. XVIII com remodelação feita em 1980.
Capela da Aldeia das Amoreiras
Freguesias de S. Salvador e Santa Maria (Odemira)
Igreja de S. Pedro
Construída em finais do séc. XV, a igreja de S. Pedro constitui um dos exemplos mais interessantes da arquitectura rural do período manuelino do Sudoeste Alentejano. A igreja tem a estrutura característica das ermidas de peregrinação edificadas durante este período em todo o Baixo Alentejo: uma só nave antecedida de um pequeno nártex que acolhia os romeiros que aí se deslocavam para venerar o apóstolo S. Pedro, alvo de veneração intensa, na região, a partir de finais da Idade Média. Merecem destaque o pórtico chanfrado e a pia de água benta. No séc. XVII foram acrescentadas uma sacristia e uma casa destinada a acolher os romeiros que aí se deslocavam. As últimas obras de restauro datam de 1996. Em seu redor realiza-se a Feira Anual de S. Pedro a 1 de Novembro, que atrai inúmeros visitantes.
Igreja Matriz de S. Salvador
A sua fundação data do séc. XIV tendo sido ampliada e remodelada nos sécs. XVI e XVII. A última intervenção foi levada a cabo em 1970. Arquitectura religiosa, maneirista, barroca. A planta, a organização dos alçados e a própria estrutura espacial revelam tratar-se de um modelo erudito da arquitectura maneirista de carácter chão.
Igreja da Misericórdia
A sua construção data da segunda metade do séc. XVI, na segunda metade do séc. XX foi profanada tendo tido diversas funções civis desde então.
Trata-se de um edifício de arquitectura religiosa maneirista, de especial apuro na concepção como denota a relação existente entre as formas rectangular e oval, de carácter claramente erudito e pouco comum na região.
Igreja de Santa Maria
É a antiga igreja de S. António pertencente a um convento franciscano ali fundado no séc. XVI. Foi objecto de restauros ao longo do tempo. Edifício de arquitectura religiosa maneirista, a planta, a tipologia, o recurso a pilastras e contrafortes revelam tratar-se de uma construção do período maneirista com o despojamento próprio das igrejas conventuais franciscanas do Baixo Alentejo.
Ermida de Nossa Senhora da Piedade
A primitiva ermida de Santa Maria, situava-se na margem sul do Mira, junto à Vila de Odemira, numa várzea que era periodicamente inundada pelas águas, correspondendo provavelmente a um local de culto pré-cristão. Foi na Baixa Idade Média um centro de peregrinação famoso pelos milagres que a Virgem aí realizava.
Uma das conhecidas Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio (reg. 1252-1284), é a ela dedicada. Durante o séc. XVII esta igreja passa a invocar a Nossa Senhora da Piedade. Já no final do séc. XIX, devido às cheias que alagavam a igreja, foi construído um novo santuário numa colina junto ao local – a actual ermida de Nossa Senhora da Piedade.
Freguesia de S. Teotónio
Capela de Nossa Senhora do Mar (aldeia de Zambujeira do Mar)
As igrejas não são visítáveis (são da responsabilidade das Paróquias)
Freguesia de Vale Santiago
Igreja de Santa Catarina
Freguesia de Vila Nova de Milfontes
Igreja Matriz (Igreja de Nossa Senhora da Graça)
Datada do início do séc. XVI, pertenceu à Ordem de Santiago da Espada cuja cruz está gravada na porta principal.
A igreja primitiva dataria possivelmente de finais do séc. XV, época a que remonta a pia de água benta que ainda hoje permanece no seu interior. Objecto de muitas destruições e reconstruções ao longo do tempo, quer por ter sido abalada pelos sismos que ocorreram no país em 1531, quer, mais tarde, por ter sido destruída por piratas mouriscos, foi sendo alterada ao longo dos séculos. A torre sineira data já do final do séc. XIX. Actualmente a igreja mantém pouco da sua traça inicial sendo de destacar a fachada e o arco do Altar-mor pouco atingidos pela modernização da última intervenção que sofreu em 1959. A procissão fluvial que se realiza numa data próxima ao 15 de agosto tem saída da Matriz.
Ermida de São Sebastião
Antiga ermida que está actualmente integrada no perímetro da vila; remonta a meados do séc. XVII. Está edificada, provavelmente, sobre uma antiga construção castrense de carácter militar.
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ARQUITECTURA CIVIL
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Freguesia de Longueira/Almograve
Moinho de Vento da Longueira
Em 1991 a autarquia comprou o moinho de vento da Longueira, uma localidade perto do Almograve. Trata-se de uma construção do início dos anos 1920.
Está encerrado/interdito a visitas.
Portinho de Lapa de Pombas
Freguesia de Luzianes-Gare
Moinho de vento das Verdugueiras
(em funcionamento)
Fonte das Heras
Freguesias de S. Salvador e Santa Maria (Odemira)
Fontanário da Praça Sousa Prado
Construído no séc. XIX, é exemplar da arquitectura civil pública, de inspiração barroca e rococó.
Paços do Concelho
O edifício data provavelmente do séc. XVIII, tendo sofrido uma remodelação geral em 1865, mais tarde, em 1901, foi acrescentada a torre sineira, as últimas obras de adaptação do interior do edifício foram iniciadas em 1993 e terminaram no início de 1998. Arquitectura civil pública, eclética. O edifício combina elementos de diversas épocas – a fachada principal resulta da campanha de obras da década de 1860, misturando características estilísticas da tradição barroca popularizada (vãos), da interpretação livre do neoclassicismo (balaustrada, frontão, óculos) e do estilo revivalista neogótico (ferros forjados).
Moinho de Vento
No Cerro dos Moinhos Juntos, podemos observar o Moinho de Vento de Odemira, que pelo seu valor paisagístico constitui um verdadeiro ex-libris da vila de Odemira.
Este moinho, que provavelmente data de 1874, foi adquirido pela Câmara Municipal de Odemira em 1989. Depois de restaurado, foi contratado um moleiro para que o moinho voltasse a laborar de forma tradicional, sendo usado actualmente pela população local que aí pode comprar farinha ou moer grão, pagando pelo serviço uma maquia de 15% sobre a quantidade do cereal.
Os potenciais pedagógicos e turísticos do moinho têm vindo a ser valorizados pela autarquia, sendo muitas vezes utilizado para visitas de estudo e elaboração de trabalhos de alunos de vários estabelecimentos de ensino. Para visitas de grupo ou ao fim-de-semana, é necessário contactar as secções da Cultura ou Turismo da Câmara Municipal de Odemira.
Marcos da Barca de Odemira
São os antigos marcos onde se seguravam os cabos que eram usados na travessia da Barca de Odemira. A Barca de Odemira foi o meio de passagem do Rio Mira na vila de Odemira desde o séc. XVI até ao final do séc. XIX.
Pertencente à instituição da Albergaria da Barca foi um legado pio, possivelmente de uma viúva abastada, inscrevendo-se no contexto religioso medieval. Era comum nesses tempos legar em testamento verbas para solucionar problemas do dia-a-dia das populações. Em troca, pretendiam os beneméritos a colaboração dos vivos para a salvação das suas almas. Daí, por vezes, como neste caso, o pagamento da travessia traduzir-se em orações por alma dos instituidores.
A Barca consistia num estrado, com a forma de um alqueire, que funcionava através de um sistema de cabos. Um grosso cabo de linho atravessava o rio, fixo a ambos os marcos. A ele estava presa a Barca para que não fosse arrastada na corrente. A deslocação era feita através de outros dois cabos presos que se puxavam, quer da barca quer da margem, imprimindo assim movimento à Barca no sentido pretendido. Os fixadores dos cabos são o que hoje em dia permanece visível na paisagem. Eles foram inicialmente simples toros de madeira cravados no solo. Não se sabendo exactamente a data da construção em alvenaria, há contudo a informação de que no séc. XVIII se comprou material para a reconstrução do marco da margem esquerda que tinha sido derrubado.
Chafariz do Alto de São Sebastião
Chafariz da Fonte Férrea
Fonte de Santo António
Fonte da Bica da Rola
Freguesia de Santa Clara-a-Velha
Fonte da Cumeada
Fonte Nova
Freguesia de S. Luís
Moinho de Vento da Laje (Vale Bejinha)
Em funcionamento.
Moinho de Vento da Serra (Junta de Freguesia)
Portinho da Casa Branca
Freguesia de S. Teotónio
Farol do Cabo Sardão
Aberto ao público às quartas-feiras (visitas às 14h, 15h e 16h)
Bica dos Besteiros
Freguesia de Vale de Santiago
Fonte da Senhora da Luz |